De forma recorrente, quando se fala em Transformação Digital as pessoas tendem a pensar em aplicativos, retirada de papéis, assinatura digital, etc. todavia, estes são exemplos de projetos e não de um programa. Estruturar um programa de transformação digital exige planejamento, empoderamento, empatia, gestão e principalmente, dinheiro.
Vivemos uma Cultura tradicionalmente presentista e, paradoxalmente à esta visão, temos o mercado empurrando as margens para baixo e forçando as empresas a reduzirem seus custos operacionais e ampliar seus lucros através do uso da tecnologia, da criatividade e da inteligência. O mercado não suporta mais pessoas realizando atividades repetitivas, estes “recursos” tornaram-se caros e este é o principal mote da Transformação Digital: Atividades robotizadas devem ser transacionadas para robôs.
Pois bem, a teoria é simples, mas vamos à prática: Como alocar recursos em um programa de Transformação Digital sem impactar negativamente o EBITDA das corporações? “simples”, basta o programa parar em pé.
Uma boa estratégia para fazer o programa se sustentar financeiramente é dividir o workbalance em três frentes, que denominamos estratégia 20-70-10:
– Vinte porcento do tempo da equipe dedicada ao programa deve ser consumido atuando em projetos Quickwin, de pequenos ganhos porém rápidos, estes projetos auxiliam a equipe a ganhar empoderamento, visto que começará a entregar resultados desde o início, impulsionando a imagem do programa.
– Setenta porcento do esforço do time deverá ser dedicado a projetos de média complexidade, médio prazo de retorno e com ganhos efetivos, normalmente estes projetos surgem de imersões realizadas nas áreas de negócio.
– Dez porcento do esforço deve ser dedicado aos projetos disruptivos, ou seja, que possuem alta complexidade, atuação à longo prazo e bons resultados financeiros.
Importante ter em mente que não se trata de um Programa de Disrupção Digital e sim de Transformação Digital, o foco aqui é parar em pé e enxugar a empresa, não criar spinoffs ou outras possibilidades.
Relevante citar que programas de Transformação Digital desempoderados tendem a falhar, visto que por natureza estes projetos “varrem” as empresas em busca de falhas de processo, de gestão, desvios, baixa performance, altos custos, etc. ou seja, as pessoas não irão gostar deles de forma natural, portanto, se o Board não empoderar a equipe à ponto dela poder transitar livremente entre as áreas e se a equipe não for empática o suficiente para conduzir os trabalhos os projetos terão muita dificuldade de evoluir.